sábado, abril 22, 2006

Comentário #5

Não conhecia minimamente esta tua faceta Saci,mas mais vale tarde que nunca e como nunca é tarde para conhecermos bem quem nos interessa,andei a ler boa parte do teu blog.E como qualquer outra pessoa que se prese a uma boa leitura,que viva as palavras vividas e sinta as palavras sentidas,que de facto aprecie o sentimentalismo escrito com verdadeiros sentimentos,de quem realmente ama a vida e aprecia-a no seu explendor e que em forma de protesto daquilo que seja considerado errado manifesta-se como pode e com a genealidade que tem.. quem realmente prese tudo isto fica quaze ou mesmo teu fã e/ou orgulhoso por te ser algo, assim como a tua Mãe se deve orgulhar,o teu irmão,o teu sobrinho, os teus amigos e eu como teu primo.

Bem!! Na verdade o meu intuito é fazer um comentário ao que acabei de ler aqui em cima, foi o teu irmão que me mandou e o primeiro texto que li teu. Acho que até sinto pena de realmente termos andado tão afastados e de pelos vistos nem nos conhecermos como deve ser, mas assim foi.

A viagem que me proporcinaste ao passado e as recordações defenidas de uma forma tão sentida e tão lucida,tão doce e carinhosa,tão comovente fizeram-me chorar como há muito não o fazia, tanto pela tristeza como pela alegria, assim como pelo orgulho.

Recordações como as que tenho dos tempos em que ìamos para casa dos Avós jamais as apagarei da minha memória e realmente deixam-me feliz por as poder ter.Muitas pessoas hão-de ter tido maravilhosas infancias, muitas hão-de ter bastantes histórias inesqueciveis com os seus Avós em aldeias tão pequenas como Valdonas,assim como nós temos. Mas muitas, muitas outras não fazem a menor ideia do que é,por exemplo, ir ao Zé das vacas para ir buscar o leite e vê-lo e ouvi-lo a dominar tão bem o seu vocabolário ordinário enquanto ía dando umas pancadinhas com a sua bengála na vaca que ali mesmo estava a ser ordinhada para de seguida levarmos o seu leite(o que nós nos riamos com o Zé das vacas) e depois antes de bebermos o leitinho com ovomaltine ainda tinha que ser fervido com o carinho próprio da Avó Julia no seu fogão a lenha(inesquecivel). Muitas pessoas não lhes passa pela cabeça o que é estar perdidos no meio de tanta parra escondidos e a comermos as uvas que queriamos, quando não optávamos por ir aos figos, enquanto andava tudo na vindima. Muitos não imaginam sequer o que é brincar apenas com bocados de ramos de árvore como os tais com que faziamos toda a nossa artilharia de policias e ladrões, de cowboys e indios. Muita gente não faz a minima ideia do que é ter uma enchada na mão com menos de 10 anos e andar todo contente a abrir e fechar caminhos no labirinto que a água tinha de percorrer para regar as couves e alfaces e até os morangos e tomates... É certo que muitas pessoas não sabem o que tudo isto é, mas muitas,muitas,muitas mais não fazem jamais a pequena ideia do que é fazer tudo isto sempre com um Avô Esmeraldo por perto,um Avô sempre atento.Sempre pronto a ensinar e explicar com a sua devida calma e paciência, sempre disposto a tudo o que nos alegrava e nos fazia felizes, tornando-se ele quaze numa criança como nós.Sempre com a sua boina(inesquecivel também) e que sempre que a tirava era motivo de rizada entre nós todos por não ter a cabeça queimada do sol como tinha a cara e o pescoço por estar logo desde as 6h da manhã de enchada na mão na sua horta,assim como os braços com bronze à camionista mas que entretanto tinham uma "batata" como ainda hoje não vi igual, lembro-me de nos pôrmos a comparar os bícepedes e de ele nos dizer que um dia também teríamos um músculo daqueles depois de muito trabalho. Assim como me lembro do orgulho que ele tinha em nós todos e nós nele,os 5 netos, na ternura que se sentia nos seus olhos, da tranquilidade e humildade que emanava e fazia sentir à sua volta com toda uma robustez admirável e respeitável.. Eu tambem tive uma oliveira, assim como um escadote feito em madeira e uma serra de mão para a poder pudár a oliveira, tudo dádo pelo Avô.Lembro-me da tua galinha coxa e vesga,lembro-me de irmos à fonte com ele com os garrafões azuis,realmente lembro-me de quaze tudo o que ele fazia conosco,jogar às damas e xadrês,de contar as anedotas, de termos de ir dormir a ciesta.. Realmente lembro-me do que ele fazia,da forma como o sentia.. Realmente lembro-me do que ele nos dava, dava-nos muito amor, muito amor mesmo. E é como tu bem dizes primo(usando mais ao menos as tuas palavras) "agora vejo que a maior riqueza da vida é ele e pessoas que como ele tanto nos amam." Tambem espero que onde estejas estejas bem Avô,acredito que sim.. Assim como acredito que sabes o quanto te amo tambem.

Primo, do fundo do meu coração apenas te agradeço... Obrigado, está lindo e ele merece mais que ninguem.

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