sábado, abril 08, 2006

Uma outra recomendação

Muito se fala da música portuguesa e da falta de mercado em Portugal. Se é verdade que a divulgação de projectos musicais é "defeituosa" em Portugal, também é plausivel dizer-se que a falta de qualidade e diversidade é uma causa desta falhada difusão cultural.

Na minha perspectiva, regular a percentagem de música portuguesa a passar nas rádios, é uma forma básica de censura que pouco ou nada irá melhorar o panorama cultural português.

Vamos ouvir mais musica portuguesa? Não me parece vamos é levar com mais do mesmo, e o resultado mais provável será termos as rádios controladas por grupos económicos que poderão suprir as despesas, mas cujos objectivos corporativistas podem ser adversos à cultura musical portuguesa.

Mais trabalhoso e mais sensato seria dar espaço para que novos projectos apareçam, que se cultive mais o gosto musical e principalmente que se criem estruturas que possam divulgar e sustentar esse mercado.

A educação musical efectiva é sem dúvida um primeiro passo, mas das escolas sinceramente já espero muito pouco. Á excepção de uma minoria de docentes e funcionários, as escolas estão habitadas por pessoas sem carisma e sem vontade de fazer o seu papel (dizem à boca cheia que o seu papel não é educar os filhos dos outros, isso é para os pais- nada mais errado e mais demonstrativo da falta de profissionalismo de quem o profere).

Criar bases de sustentação de eventos musicais com cariz não comercial. Não comercial não significa que não se possa e deva alcançar o lucro, mas esse não será o seu objectivo. O objectivo é divulgar a nova musica portuguesa, os novos projectos e dar-lhes uma plataforma para poderem alcançar potenciais investidores e claro o mercado musical.

Caberia no meu entender ao Ministério da Cultura e ao Ministério das Finanças elaborar um protocolo que permitisse a este tipo de eventos (de cariz mais social e local, não me refiro aos milhões dados ao Rock in Rio),a angariação de patrocinios particulares de um modo mais facilitado. Os patrociníos serião altamente compensatórios em termos fiscais para os seus patrocinadores, por exemplo.

Ás Câmaras Municipais caberia uma ajuda em termos logísticos, como por exemplo a cedência de espaços públicos, acordos com as empresas municipais de transporte, ajudas em termos de divulgação do evento, meios de segurança (policiamento e bombeiros).

É verdade que muitas já o fazem, mas também é verdade que neste ponto o factor cunha é altamente selectivo no sucesso destes acordos, que o diga o Festival MUSA em Carcavelos, infelizmente a braços com alguma "despreocupação" do edil municipal.

Incentivo à criação de rádios online. Aqui tocaríamos em três pontos. 1º Plano tecnológico (maior motivação da participação activa de jovens no plano, e criação de um novo polo económico, até a criação de emprego). 2º Dispersão dos centros de decisão dos meios de divulgação. 3º Alargamento para um espaço global da cultura portuguesa.

Por ultimo e essencial acabar com o IVA em produtos culturais, ou pelo menos diminui-lo drásticamente. Aqui como vivemos num país de chico-espertos o governo teria que ter em atenção a inflação decorrente desta abolição ou suavização de carga fiscal).

Em espanha o mercado musical nacional é enorme, a juventude ouve música espanhola, e os novos projectos musicais mostram grande qualidade. Se o caminho escolhido foi o básico, o resultado demorou mas também teve danos colaterais, daí pensar que em Portugal devemos aprender com os erros e não agindo tarde e mal, agir tarde e bem poupando caminho.

Há uns dias atrás sugeri Ojos de Brujo, hoje sugiro outro nicho de boa musica de nuestros hermanos.




Como sempre é só clickar na imagem.

1 comentário:

Aelius disse...

Blargh, no me gusta Flamenco

Para poder ouvir uns excertos dos albuns coloca um link para um site k dê para isso. Estes na Amazon não têm tido essa opção.

Para este ultimo podes usar o link(http://www.cdconnection.com), para o outro não experimentei.

Fica bem