Que a paz venha a mim porque a razão traz-me essa leveza de espírito. A mesma leveza que me guia pelos caminhos mais difíceis mas igualmente seguro de que estes são os correctos.
A mesma razão que uma e outra vez me sussurrava ao ouvido. Um sussurro que me deixava aquela pequena inquietação de espírito.
A razão essa fonte de faculdades intelectuais separa-se da emoção. A emoção não obedece a essas faculdades, ela refugia-se numa talinga, fugindo à fonte de raciocino como os políticos da justiça.
Mas talvez tenha aprendido algo, porque à segunda doeu menos, porque à segunda já sabia o que tinha feito à primeira, porque à segunda só cai quem quer e eu quis.
Mas à segunda e tal como um dia escreveu Agustina Bessa-Luís "As palavras não significam nada se não forem recebidas como um eco da vontade de quem as ouve". E as palavras não ecoaram em mim, as palavras silenciaram-se afogadas na sua injustiça, e a mim não me disseram nada. De novo voltou aquela razão, mas esta já não sussurrava, agora tinha uma voz mais firme.
Então aqui entra a parte da leveza do espírito, uma leveza com o peso da força. Uma força que não depende do número de apoiantes senão do nível de firmeza que a razão concede ao meu estado de animo.
E assim se caminha, assim se aprende, do melhor e do pior o importante é aprender algo, estar mais alerta, mais batido, mais sábio. E quem disse que a sapiência é inimiga da felicidade, creio que se equivocou, a diferença é que o sapiente procura a felicidade de outra forma.
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