quarta-feira, agosto 28, 2013

Chegados aqui

Chegados aqui dou por mim pela primeira vez a sentir que talvez já tenha vivido metade da minha vida.

Não vou poder explicar o que sinto, é tão extenso que merecia uma boa reflexão e uma fluência na escrita que neste momento não possuo.

Aconteceu à noite, enquanto tentava dormir, lembrei-me de repente do pouco tempo para alcançar os objectivos onírico de uma vida , e o que alcancei até hoje, dificilmente poderei repetir tamanha façanha. As descobertas já não são tão inocentes, já não me deslumbro com coisas novas, já vivi muitas experiências e ainda tenho muito por viver (ou assim espero), mas sei que por aqui está a metade do caminho e não muito mais longe que isto.

Reconheço que agora o sinto, com algum receio e pouca confiança, mas também sinto que é importante entender que quando passamos da adolescência à fase adulta algo muda em nós, que também na fase adulta há que saber ver um pouco mais além e perceber que não vamos a ser para sempre assim e o nosso mundo também vai mudar, mais pelas limitações com que nos vamos deparando do que propriamente com as novas descobertas.

É talvez perante este "abismo" que o nosso suposto relógio biológico nos oferece a paternidade o maternidade no caso das mulheres. É uma espécie de comprimido para que nos esqueçamos por uns anos que o mundo já avançou e nós vamos começando a ficar para trás.

Parece um pouco fatalista, mas reconheço que tenho vontade de antecipar este sentimento, encontrar nele a beleza que seguramente lhe pertence, por isso também é importante olhar para os que nos antecederam e tentar fazer o mesmo, mas mais à nossa maneira.

Boa noite

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